Submissões de trabalhos

Coordenadoras: Deise Arenhart, Cristina Carvalho e Patrícia Corsino

Esse eixo objetiva reunir trabalhos que deem visibilidade às culturas da infância, as produções culturais voltadas para as crianças e as crianças nas produções culturais. Intenta que sejam apresentadas pesquisas que discutam as crianças como produtoras de cultura, suas experiências estéticas, expressões singulares nas interações com o mundo natural e social e as linguagens artísticas. As apresentações podem abranger vários enfoques, tais como: as brincadeiras e as culturas infantis em diferentes tempos e espaços; em distintas classes sociais, etnias, gêneros, idades;  as brincadeiras infantis e a relação das crianças com a natureza e o território onde habitam, seja cidade, campo, floresta etc.; as culturas infantis e a escola; a relação das crianças com as produções artístico-culturais voltadas para elas, tais como: literatura, teatro, cinema, exposições/museus, jogos, brinquedos, vestuário etc.

Coordenadores/as: Ellen de Lima Souza e Stela Caputo

Os efeitos da colonização são alguns dos fatores que reverberam na configuração de uma necropolítica que atinge diretamente diversas crianças sobre diferentes prismas no que tange aos modos de vida fora da norma padrão. De acordo com estudos sobre os temas deste eixo, na sociedade brasileira crianças negras e indígenas são exemplos de grupos afetados por essa herança colonial. Dados do Ministério da Saúde revelam que crianças negras e jovens negros de até 14 anos morrem 3,6 vezes mais, vítimas da violência racista armada do que as não negras. Entre crianças negras de até 14 anos vítimas de morte violenta, 61% foram assassinadas com armas de fogo. No caso de crianças brancas, esse percentual é de 31%. Quanto às crianças indígenas nos últimos quatro anos, só da etnia yanomami, foram registradas cerca 500 mortes. Tal processo reitera a transformação das diferenças em desigualdades. Este eixo tem como objetivo promover discussões críticas diante desse quadro, refletir e apontar sugestões sobre o papel da educação em nossa sociedade racista. 

Coordenadores/as: Rosália Duarte e Mirna Juliana Santos Fonseca

Conhecimentos, atitudes e práticas baseados em tradições e hábitos culturais, relações de poder desiguais e acesso limitado à informação representam os principais fatores que influenciam negativamente os direitos e o bem-estar das crianças e dos adolescentes em todo o mundo. A Comunicação para o Desenvolvimento – uma estratégia importante para promover a sobrevivência, o desenvolvimento, a proteção e a participação das crianças e dos adolescentes – implica a compreensão das pessoas, das suas crenças, dos seus valores e das normas sociais e culturais que moldam os seus quotidianos e permite empoderar indivíduos e comunidades para empreender ações que melhorem as suas vidas. Neste contexto, este eixo pretende juntar pesquisadores e pesquisadoras a partilhar experiências em que a comunicação – nas suas múltiplas maneiras, formais e não-formais – é utilizada para divulgar e fortalecer os direitos humanos de crianças e adolescentes, promovendo mudanças individuais, familiares, comunitárias, institucionais e sociais. O debate incluirá uma discussão crítica tanto dos conceitos envolvidos nestas intervenções (comunicação, mudanças, direitos, participação entre outros), assim como das metodologias utilizadas. Particular atenção será dedicada à participação das próprias crianças e dos adolescentes nas várias formas de comunicação.  

Coordenadores/as: Patrícia Freitas, Rafaela Louise Vilela e Stela Caputo 

As imagens são centrais nos processos cognitivos e nas muitas maneiras de narrar a vida e nossos estudos. Quanto mais comuns forem os usos de fotografias, filmes e outras imagens nas pesquisas, maior o desafio de pensá-los, inclusive nos Estudos da Infância.  Sua produção e circulação envolvem disputas de compreensões sobre ética e estética.  São disputas políticas. Justamente por isso, os desafios éticos e estéticos, tanto na fabricação, como nos usos e na circulação das imagens, são cada vez mais complexos.  A proposta deste eixo é acolher trabalhos sobre qualquer discussão ética, mas queremos, sobretudo, compartilhar reflexões sobre metodologias de pesquisas, formas de fabricar, usar e fazer circular, fotografias e filmes nas pesquisas com crianças. Trocar reflexões sobre os desafios éticos e estéticos sobre como lidamos com as imagens nas pesquisas com crianças.

Coordenadores/as: Luiz Fernando

 Nas sociedades contemporâneas ocidentais, um corpo que destoa de um padrão estruturante são possibilidades de aberturas. Porém, ao mesmo tempo, é alvo de subtração da existência do que se é. Em outras palavras, as subjetividades cunhadas pelas diferenças e as diversidades são tanto pontos eloquentes de desestabilização das relações de poder como corpos mirados por forças que cerceiam certos tipos de vitalidades. Vidas que vivenciam os embates e as questões tencionadas por temas como gênero, sexualidade, deficiência e dimensões múltiplas de existência experimentam o paradoxo existencial acima, assim como bem apontam autores que estudam e vivenciam essas questões. Pensando nisso, a propositura deste eixo é compartilhar e refletir com pesquisas e escritas que estão pensando as crianças que experienciam esse dilema. O que pode esses corpos?

Coordenadores/as: Alynne Christian da Veiga, Elaine Di Carlantonio, Luis Osete Carvalho, Renato Carvalho e Waldinéia Pereira

Pensar a infância para além de uma moldura colonialista é um giro epistemológico fundamental para produzir heranças que valorizem as crianças invisibilizadas. Afinal, são múltiplas as formas de subjetivação do mundo por parte das crianças que vivem à margem da norma ocidental. A proposta deste eixo temático é reunir e refletir pesquisas, em distintos territórios, que se ancoram em realidades com diferentes modos de vida como as indígenas, de terreiro, quilombolas, ciganas, ribeirinhas, refugiadas e outros vias descoloniais de apreensão e simbolização da vida.

Coordenadores/as: Patrícia Freitas, Patrícia Corsino e Deise Arenhart

Cabe às políticas públicas assegurar o cumprimento dos Direitos das Crianças firmados na convenção da UNICEF, em 1989. Neste eixo serão reunidos trabalhos que discutam as políticas públicas para a infância de diferentes setores e territórios. Em especial, políticas de saúde, sociais, educacionais que sejam inclusivas e que visem a diminuição das desigualdades sociais, étnico-raciais, de gênero, de território e de acesso aos bens materiais e culturais. Visa acolher pesquisas e ações que reconheçam a criança como sujeito de direitos e tenham foco na implementação ou avaliação de políticas públicas para as infâncias e busquem uma abordagem permeada pelas questões ético raciais, de gênero e classe social. Também intenta reunir pesquisas que abordem experiências de participação das crianças na esfera pública: escola, movimentos sociais, cidade e instâncias decisórias das políticas. Assim, reunidos trabalhos que discutam as políticas públicas para a infância de diferentes setores e territórios, onde também será um espaço para socialização de estudos e políticas que atentem para a garantia dos direitos de provisão, proteção e participação infantil.

Coordenadores/as: Rosália Duarte e Sônia Câmara

A infância, enquanto uma categoria social e geracional, é historicamente construída. Portanto, ao longo da história e em diferentes grupos sociais e culturais, as crianças ocuparam e ocupam diferentes lugares. Por sua vez, a família e as instituições voltadas para as crianças também apresentaram e apresentam configurações distintas e exerceram em cada época diferentes funções em relação aos cuidados, proteção e educação das crianças. Este eixo intenta reunir pesquisas que discutam diferentes instituições – família, escola e outras instituições e grupos sociais – voltadas para a educação e cuidado das crianças, em diferentes épocas e locais.

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