Livros para lançamento no Simpósio:
1. Infâncias: política, cidadania e direitos no Brasil e na Itália, de Flávio Santiago, Lisandra Ogg Gomes e Maria Aparecida Antero Correia. Pedro & João Editores. 2024.
Sinopse: Este livro visa colocar em diálogos diferentes contextos socioculturais educativos, não em um sentido de tecer comparações ou hierarquizações, mas procurar construir proficuamente intercâmbios acadêmicos, adensando a pesquisa científica relacionada ao campo da infância. Os capítulos desta coletânea envolvem pesquisadores do norte, nordeste, sul e sudeste do Brasil, estando envolvidas as Universidade: do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Federal de Rondônia (UNIR), Federal de Juiz de Fora (UFJF), Federal de Santa Maria (UFSM), Federal de São Carlos (UFSCar), Federal de São Paulo (UNIFESP), Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), Federal Fluminense (UFF), da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), São Paulo (USP) e Federal de Alagoas (UFAL). Já no contexto italiano estão envolvidas as universidades do norte e, do sul, “Kore” di Ena, Studi di Roma “Tor Vergata”, de Verona e Milano-Biccoca, além do presidente honorário do Centro Studi e Ricerche Immigrazione Dossier Statistico (IDOS).
Studi e Ricerche Immigrazione Dossier Statistico (IDOS).
2. A família de Francisco, de Flávio Santiago e Maria Gabriela dos Santos. Pedro & João Editores. 2022.
Sinopse: É um livro infantil que conta a história de um menino que tem dois pais e problematiza o conceito de família. “Quanta sabedoria na conversa do neto Francisco com a avó Adélia! Nossas famílias são diferentes na sua composição, nas relações entre as pessoas que nelas convivem. São diferentes também em suas maneiras de vivenciar o dia a dia. Leiam este livro e vocês vão entender que a beleza e a importância das famílias – que são formadas de maneiras diversas – se fazem nas relações de afeto, carinho e respeito!” (Amelinha Teles)
3. Pela perfectibilidade da raça: a infância no Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia (1929), de Victoria Guilherme Guedes de Moura. Pedro & João Editores. 2024.
Sinopse: A pesquisa de Mestrado, orientada pela professora dra. Sônia Camara (UERJ), teve como objetivo analisar os debates empreendidos no Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia, realizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1929. Deste modo, intentou-se identificar qual era o lugar atribuído pelos partícipes do certame às infâncias na construção dos “projetos” (VELHO, 1987) de nação brasileira na década de 1920. Entende-se por eugenia a ciência da raça, que se organizava como positiva, negativa e preventiva. O evento contou com apresentações de trabalhos e debates, culminando em consensos e dissensos no estabelecimento de estratégias para o alcance da “perfectibilidade” racial.
4. Educação Infantil e as suas interfaces – Reflexões do primeiro ano da pandemia de Covid-19 no Brasil, de Flavia de Figueiredo de Lamare/Késia Pereira de Matos D´Almeida/Silvia Lacouth Motta (Org.). Editora Autografia. 2022.
Sinopse: A obra é uma coletânea com autoria de artigos e transcrições de palestrantes, a fim de contribuir com para uma prática pedagógica e formação humanista; promover a cultura do respeito à diversidade, desde a Educação Infantil e assegurar o compromisso de defesa do direito à educação pública estatal de qualidade.
5. Luiza e o som do tempo, de Marco Aurélio Correa. Editora Caravana. 2024.
Sinopse: Luiza e sua amiga Kissa estão muito empolgadas para o passeio para a Quinta da Boa Vista, porém, pela bagunça aprontada pelo quinto ano o professor decide cancelar o passeio. Embalada pela melodia da mbira de sua querida avó, Luiza bola um plano para se reconectar com o passado e fazer com que as crianças se escutem e entendam como faziam os ancestrais.
6. A Torre, de Débora Magalhães de Souza França. Editora Autografia. 2024.
Sinopse: “Era uma única vez”… porque depois disto, as histórias as histórias passaram a ser contadas por outra perspectiva: a das civilizações. Até então, tudo harmoniosamente caminhava no sagrado solo africano, até que uma certa torre trouxe tudo abaixo. À medida que o homem se elevava aos céus movido pela ambição, se distanciava de seus iguais. “A Torre” traz uma linguagem que convida o público infantil e provoca o público adulto.
7. Livretos da Quarentena da Creche Fiocruz – Histórias, memórias e afetos – Vol. I e Vol.II, de Flavia de Figueiredo de Lamare, Silvia Lacouth Motta e Késia Pereira de Matos D´Almeida. Editora Autografia. 2024.
Sinopse: O Livreto de Quarentena em edição de livro é o resultado das muitas vivências dos profissionais e famílias da Creche Fiocruz durante o período de abril de 2020 a dezembro de 2021. Transformando numa confluência de trajetórias múltiplas e diversas memórias.
8. Diário de Violeta em Kamba Kua, de Alexandra Lima da Silva. Editora Independente. 2023.
Sinopse: Violeta é uma menina muito curiosa e que adora viajar. Violeta compartilha em seu diário um pouco das impressões da viagem ao Paraguai, onde ela conheceu as ricas histórias da população afrodescendente de Kamba Kua e Emboscada. Embarque você também nesta incrível viagem de reconhecimento!
9. Ògúntẹ́ a jovem guerreira do reino de Olokum, de Kelly Xavier Madaleny. Revista África e Africanidades. 2024
Sinopse: O lindo itan de Ògúntẹ́ nos oferece a oportunidade de mergulharmos nesse mar de infinitas lembranças, ressurgindo como a princesa negra de Abeokuta, que se tornou a rainha dos mares do Brasil.
10. Os Cabelos de Lindu, de Geni Lima. Editora WAK. 2024.
Sinopse: Uma literatura antirracista, escrita por uma mulher negra, que conta a história de uma menina negra e de uma mulher negra, sendo a história de muitas mulheres e meninas negras, que evoca dimensões relacionadas, a ancestralidade, aos afetos, a estética negra e sobretudo a uma educação decolonial. Uma menina preta, que chora ao sofrer um ataque racista na escola é acolhida pelo afeto de sua avó, que lhe conta uma história de enfrentamento ao racismo. A obra mostra o poder de uma escuta sensível, da arte de contar e ouvir histórias, como precioso instrumento na construção de nossa identidade.
11. Artes Musicais Afro-Brasileiras: experiências na educação básica, de Beatriz Bessa. Editora Independente. 2023.
Sinopse: O livro digital interativo “Artes Musicais Afro-brasileiras: experiências na educação básica” aborda a importância da presença das culturas de origem africanas na escola brasileira trazendo uma série de propostas de aulas vivenciadas por mim em turmas da Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II. Além do diálogo e da reflexão, o objetivo é compartilhar atividades realizadas ao longo de quinze anos como professora de música na rede privada de ensino do Rio de Janeiro, tendo em vista a lei no 10.639/03 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Étnica Racial de 2004, que tornaram obrigatória a temática História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares de todo o país. Como mulher afrodescendente, acredito que esse livro possa interessar a todas as pessoas que valorizam a cultura afro-brasileira, mas ele é voltado para professores da educação básica que visam uma educação decolonial e antirracista em suas práticas docentes. Como referencial teórico trago as ideias do nigeriano Meki Nzewi, do brasileiro-congolês Kabengele Munanga e dos brasileiros Luan Sodré e Djamila Ribeiro. São apresentadas no livro quinze propostas de aulas, que incluem maracatu, jongo, samba, funk, maculelê, capoeira, entre outras temáticas, e disponibilizados links externos para aprofundamento teórico, com vídeos, fotos, partituras, textos, áudios e registros de alunos. Esse ebook é projeto final do Mestrado no PROEMUS/UNIRIO (Programa de Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais), com orientação de Adriana Rodrigues e coorientação de Leonardo Moraes. O livro conta com ilustrações de Augusto Oliveira e Roberto Velasco e prefácio de Eurides Santos, com produção gráfica da Polifonia Art.
12. Museu, Educação e Infância, de Cristina Carvalho, Isabel Van Der Ley Lima, Monique Gewerc e Thamiris Bastos Lopes (Orgs.). Editora CRV. 2022.
Sinopse: O livro reúne textos que oferecem olhares multifacetados e de relevância para debates contemporâneos acerca da função educativa dos museus. A marcante presença das mulheres evidencia o papel central destas na produção teórica e prática no campo. Entre os temas apresentados estão a formação profissional, relação museu, escola e cidade, mediação, dimensão estética, formação cultural, políticas públicas e acesso aos museus. Os capítulos resultam da consolidação de um espaço aberto no meio acadêmico para a formação e a produção de conhecimento em educação museal, confirmando a importância da colaboração entre universidade e museus.
13. Lina: a menina que insistia em poesia, de Veronica Cunha. Editora Autografia. 2020.
Sinopse: Lina é uma menina negra linda e feliz! A obra apresenta a educação graciosa que a infância preta pode ter, apesar do racismo e da desigualdade social. Nossas meninas e meninos pretos precisam ter o seu direito de espalhar poesia respeitado! Quantas Linas você conhece? Quantas você ainda conhecerá? Em cada cantinho do Brasil existem crianças que apenas querem ter uma infância! Querem viver a plenitude de suas vidas sem medo… Querem sonhar! Quem sabe Lina não nos ajuda a redescobrir poesias?
14. Meu Gatinho Amarelo, de Ana Beatriz Brites. Editora Conexão 7. 2024.
Sinopse: A obra fala da forma que uma pessoa autista lida com os lutos. “Ana Beatriz Brites Silva e a sua mãe Luciana Brites são provas vivas do que a parceria escola-família pode realizar! Foi um grande prazer caminhar com elas e, certamente, tornei-me uma orientadora educacional muito melhor nesta convivência! Sou pedagoga há 24 anos e hoje, com O Gatinho Amarelo, realizo um sonho: mostrar ao mundo um caminho de acolhimento e aprendizados. Afinal, em uma educação pública, gratuita e que se propõe de qualidade, NINGUÉM FICA DE FORA! A obra de Ana foi o abraço azul que nos acompanhou até hoje e agora dividimos com vocês.” (Professora Veronica Cunha).
15. Um jardim em mim, de Silvana Bezerra de Castro Magalhães. Editora Retalhos de Esperança. 2024.
Sinopse: O livro conta a história da pequena Fatou, uma metáfora de uma menina flor que tem suas pétalas cortadas, mas com a força das mulheres da sua comunidade se reencontra, se reconstroem e semeaiam esperanças nas meninas que nascem. Faz parte de um projeto de extensão que trabalha conscientização da MGF (Mutilação Genital Feminina) e Casamento Precoce em comunidades migrantes e em países africanos. O livro é bilingue, português/francês.
16. Educação Infantil: promovendo encontros, de Danielle Oliveira; Lorraine Andrade Gonçalves; Priscila Basílio [Orgs.]. Pedro & João Editores. 2022.
Sinopse: A partir das conversas/planejamentos que coletivamente realizamos com todas/os professoras/es do segmento da Educação Infantil do CAp-UFRJ para pensar estratégias de grupo, surgiu a ideia de construirmos um livro para divulgarmos nossas ações. Esse livro é a composição de muitas cenas, histórias e investigações de pesquisadoras/es e docentes que, de algum modo, fazem parte da história da Escola de Educação Infantil, hoje segmento do Colégio de Aplicação, seja como docente, ou como parceiro de ações formativas e de extensão realizadas por nós. O encontro, palavra que compõe o título deste livro, mas também um modo de ação política da infância, reifica a potência daquilo que se (re)faz a cada dia, a cada espaço, a cada relação vivida na Educação Infantil. Pautados pelas interações, pela brincadeira e pelas relações de cuidado que nos educam, os encontros na Educação Infantil marcam não só o trabalho, mas as histórias e os modos de combate à exclusão no espaço escolar.
17. O amor de Jesus preenche todos os vazios: a não laicidade da escola pública na Educação Infantil, de Jordanna Castelo Branco. Editora Appris. 2022.
Sinopse: A presença da religião na escola pública é um tema polêmico. Muitos defendem a presença da religião por meio do seu ensino nas escolas públicas e outros não. Aqueles que defendem argumentam que o ensino da religião é importante para a transmissão da moral e dos valores. Os contrários afirmam que nega o direito das crianças a liberdade de crença e viola a laicidade da escola pública. Entretanto, quando falamos das crianças pequenas, ainda em idade pré-escolar, as pessoas costumam naturalizar a presença da religião no ensino público. É comum ver no cotidiano das escolas públicas de Educação Infantil orações antes das refeições, pai nosso em diferentes momentos da rotina ou imagens religiosas nos espaços das escolas ou livros e/ou filmes infantis de temática religiosa. Seria a presença da religião algo adequado à escola pública? E o ensino da religião? E quanto às crianças pequenas nas escolas públicas de Educação Infantil? Os direitos dessas crianças são respeitados? Para saber mais sobre o tema, conheça a obra “O amor de Jesus … preenche todos os vazios”: a não laicidade da escola pública na Educação Infantil.
18. As Bonecas Abayomi no Brasil, de Fabiana Alves e Altemar Ribeiro (ilustrações). Editora Independente. 2022.
Sinopse: Ayana é uma menina negra retinta que carrega as histórias de suas ancestrais no corpo, cabelo, modos de produzir e nas memórias. Ao olhar um dos álbuns de fotografia guardados por sua família, Ayana volta ao passado, relembra das vivências que teve com suas avós e te convida a conhecer todas elas.
19. A defesa dos direitos da criança: uma luta sem fronteiras, de Romilson Martins Siqueira, Manuel Jacinto Sarmento e Natália Fernandes. Cânone Editorial. 2020.
Sinopse: Os Estudos da Criança são, por princípio, interdisciplinares. O conhecimento produzido neste campo deve ser capaz de criar novas imagens sociais, de ampliar o conhecimento dos modos de vida das crianças, de focalizar sob lentes mais nítidas o cotidiano, as práticas sociais, as subjetividades, os modos de expressão cultural, os contextos de vida e as condições estruturais da infância. Devem, acima de tudo, resguardar o direito das crianças de viverem plenamente sua infância. Tendo como base esses pressupostos, este livro se constitui como resultado das conferências proferidas durante o IV Simpósio Luso-Brasileiro de Estudos da Criança. Os temas aqui tratados por pesquisadores da área dos Estudos da Criança retomam a bandeira dos direitos como condição para reconhecer as crianças como cidadãs ativas. Tal questão não tem fronteiras, não tem territórios, não é segregária. Os debates propostos neste livro permitem, assim, uma maior aproximação ao mundo das crianças pela transposição de fronteiras, para a abertura de caminhos insuspeitos, para a renovação metodológica e para a construção de novos construtos, conceitos, políticas e práticas.
20. Saberes docentes: pedagogia da escuta e percursos em Educação Infantil, de Bruno Rossato, Felipe Santos e Paula Ferreira (orgs.). Editora CRV. 2022.
Sinopse: O tema deste livro surge do encontro de professoras pesquisadoras engajadas e implicadas com as questões da formação docente. Ao apontar e demarcar linhas de fugas na/com a formação de professores/as, corroboram com uma ideia de formação como uma construção enreda, (des)tecida, híbrida e em fluxo, tendo em comum – desafios que envolvem questões epistêmicas, políticas-pedagógicas na/da Educação Infantil, cujas pesquisas entrecruzam olhares diversos que engendram outras redes e protagonismos nos processos de pensar/conceber/sentir a/s infância/s. As autoras assumem a/s infância/s atravessadas por multiplicidades de fatores, compreendendo o cotidiano da Educação Infantil como território rico e múltiplo que extrapola a visão eurocêntrica, colonial. Rejeitam as narrativas que desconsideram as vozes das crianças, ou seja, práticas/teorias que falam sobre e não com as crianças, e oferecem pistas à produção de outras-novas perspectivas teórico-epistemológico-políticas.
21. É o caldeirão da bruxa… Ela é artista – experiência estética com a arte na educação infantil, de Fernanda Ferreira de Oliveira. Editora Appris. 2022.
Sinopse: A proposta que apresento neste livro foi elaborada a partir da escuta sensível realizada durante a relação entre um grupo de crianças pequenas, 4 à 6 anos, com diferentes manifestações artísticas, o que eu chamo também de obras de artes. É inquietante refletir sobre as experiências estéticas infantis na relação com a arte, já que essa reflexão me causa mais perguntas do que respostas. A(O) leitora(or) é convidada(o) a conhecer mini–histórias divertidas, que contam como algumas crianças lidam com ambientes de artes, constituindo seus modos de perceber a arte e suas experiências estéticas.
22. Cartas para Violeta, de Alexandra Lima da Silva. Priscila Paula Edições, 2024.
Sinopse: Violeta é uma menina muita curiosa e sensível. Ela sempre quis saber sobre as histórias que habitam os livros da estante da casa dela. Cartas para Violeta é um convite para que possamos aprender mais sobre as vidas de pessoas, que, apesar de uma vida sem liberdade, foram capazes de voar para muito longe.
23. O labirinto de Ariadne, de Morgana Leandro. Editora Nauta, 2023.
Sinopse: “Quem sabe o que é Ariadne?”. Friedrich Nietzsche. A ingênua filha do rei Minos e da rainha Pasífae, a exímia dançarina, a única capaz de se aventurar no Labirinto do Minotauro e sair viva… e, agora, protagonista da própria história. Nesta obra, magistralmente escrita por Morgana Leandro, jornalista especialista em mitologia greco-romana, nós acompanhamos a vida de Ariadne em forma de romance. Desde a sua infância na ilha de Creta, tutelada por Dédalo, passando por uma miríade de outros personagens, como Fedra, Medeia, Hermes, os Deuses do Olimpo e Teseu – o inimigo ateniense por quem se apaixona – até o seu idílio final com Dionísio, em meio a bacantes e sátiros. Os grandes trunfos de Morgana são trazer à tona a dimensão humana de Ariadne, personagem apaixonante, e nos fazer acompanhar com entusiasmo uma galeria de personagens mitológicas. “O Labirinto de Ariadne” é, portanto, um romance delicioso e uma verdadeira aula de mitologia grega.
24. Abjeção: A construção histórica do racismo, de Berenice Bento. Cult Editora, 2024.
Sinopse: “Abjeção: A construção histórica do racismo” é o resultado de uma pesquisa de seis anos que, inicialmente, se debruçou sobre os debates que aconteceram no Parlamento brasileiro entre os meses de maio e setembro de 1871, quando se discutiu o futuro da primeira geração de pessoas negras livres no país. No dia 28 de setembro de 1871, a princesa Isabel assinou aquela que ficou conhecida como Lei do Ventre Livre. No entanto, aqui se inaugurou uma encruzilhada legal. As mães seguiriam habitando a esfera do necropoder, enquanto os/ as filhos/as passariam a habitar, legalmente, a esfera do biopoder. Para analisar essa aparente encruzilhada, Berenice Bento propõe o conceito de necrobiopoder em articulação com o de genocidade. Ainda que se tenha debruçado sobre a análise dos anais parlamentares de 1871, a pesquisa não se limitou a essa esfera. A preocupação central do livro é apontar as linhas de continuidade do passado colonial e escravocrata na contemporaneidade. O conceito central que opera as disputas ontológicas é o de abjeção. Para a autora, os corpos negros nunca chegaram a ser plenamente reconhecidos em suas condições humanas. A relação entre racismo e abjeção é o pano de fundo das reflexões que atravessam a obra e elegem os debates parlamentares de 1871 como um referente histórico que segue informando as políticas de Estado para a população negra. Os efeitos de quase quatrocentos anos de escravidão atravessam a sociedade brasileira em todos os níveis, inclusive nos feminismos. A emergência do feminismo negro, como uma voz singular interna aos feminismos, aponta a impossibilidade de pensar a condição generificada das mulheres sem trazer para o centro a questão racial, o que provoca uma cisão (nomeada aqui de “guerra feminista”) considerável com o feminismo que considera o gênero como determinante para explicar a opressão das mulheres.
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